Machado e marreta.
A vida me talhou a machado,
Para aparar as arestas ela usou marreta.
Minha alma hoje e muito velha,
Vivo dentro de uma carcaça trôpega.
Meus sentimentos estão blindados,
Enterrei os devaneios lúdicos,
Sonhos hoje não possuem utilidade
Experimento o chão antes de pisar.
Os meus sentidos estão aguçados,
O vento não me arrepia,
As noites não me cegam.
Já vai longe a minha paciência,
Não consigo ficar calma,
Estou alerta e muito inquieta.