SONETO DA NOITE...
Velejo-me só... ao cair da tarde...
Rompendo as ondas deste pensamento,
Pisco o olho que enxerga o momento,
Inspirando-me a alma sem fazer alarde...
Me fecharei ao cair a noite...
Sentindo o golpe da navalha fria,
Vasculhando o que ainda me contraria,
A navalha, o grito, e depois o açoite!
O tímpano busca (aquela) melodia,
Já não sei se por ali eu seguiria,
Pois há raios... que não me acertam por um triz.
Mas beber a noite, sempre me sacia...
Queima-me o corpo como doce orgia,
E durmo o verso que ainda não fiz.