SONETO DA NOITE...

Velejo-me só... ao cair da tarde...

Rompendo as ondas deste pensamento,

Pisco o olho que enxerga o momento,

Inspirando-me a alma sem fazer alarde...

Me fecharei ao cair a noite...

Sentindo o golpe da navalha fria,

Vasculhando o que ainda me contraria,

A navalha, o grito, e depois o açoite!

O tímpano busca (aquela) melodia,

Já não sei se por ali eu seguiria,

Pois há raios... que não me acertam por um triz.

Mas beber a noite, sempre me sacia...

Queima-me o corpo como doce orgia,

E durmo o verso que ainda não fiz.

Geraldo Rolim
Enviado por Geraldo Rolim em 18/05/2015
Reeditado em 18/05/2015
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