Jardim Funéreo
Sinto-me a andejar por um jardim
Despetalado quase totalmente
E às vezes ouço o gemer pungente
Dos meus fantasmas (do que morre em mim).
Por um momento não é tao ruim…
Materializo a vida em minha mente,
Como um necrófilo, a beijar demente
A minha imota amada… mas, no fim,
A minha mente é um vasto cemitério…
Sei que o meu caso é mesmo um tanto sério
E as coisas, para mim, estão erradas!
E numa adversidade costumeira,
Mais flores cruciformes de madeira
Em meu jardim funéreo são cravadas.
15 de maio de 2015