O amor
Ah, o amor não é nada demais, não.
Não passa de um mofo no colchão.
De um rato gordo que anda no forro
E que a noite bota medo nas crianças.
É este labirinto que às vezes percorro
Mesmo sem saber o caminho de volta.
Onde me enrolo, sofro, gozo e choro.
O amor é o acender daquele fósforo
Que na família causou uma reviravolta.
O amor é no enterro falta de emoção
E no corpo gélido, a decomposição.