Por trás das tumbas da cidade


A noite é funda. Abundam gotas frias
De uma tonitruante tempestade.
A pé, recitando umas poesias,
Passo eu por trás das tumbas da cidade.

Quantos trovões!... Na estrada há ventanias,
Poças enormes, lodo, liberdade...
Nas catacumbas há filosofias...
O cemitério diz que é sempre tarde...

Mas, mesmo tarde, eu acho cedo ainda...
Quantos fantasmas nesta noite linda!
Quantos encantos nesta lama rasa!

E quantos sapos cantam! Quantos grilos!
E essa leveza de bilhões de quilos?!...
Quantos fascínios no voltar p’ra casa!
Firmínio dos Hades
Enviado por Firmínio dos Hades em 14/05/2015
Reeditado em 10/06/2017
Código do texto: T5242115
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