Por trás das tumbas da cidade
A noite é funda. Abundam gotas frias
De uma tonitruante tempestade.
A pé, recitando umas poesias,
Passo eu por trás das tumbas da cidade.
Quantos trovões!... Na estrada há ventanias,
Poças enormes, lodo, liberdade...
Nas catacumbas há filosofias...
O cemitério diz que é sempre tarde...
Mas, mesmo tarde, eu acho cedo ainda...
Quantos fantasmas nesta noite linda!
Quantos encantos nesta lama rasa!
E quantos sapos cantam! Quantos grilos!
E essa leveza de bilhões de quilos?!...
Quantos fascínios no voltar p’ra casa!