OUTRA ZINHA

OUTRA ZINHA

Talvez falte algo de álcool no meu copo

Para eu sair porta afora com aquela:

Outra zinha que eu -- há pouco e à olhadela --

Conheci me fazendo seu escopo.

E se ainda, alto já, chegasse ao topo,

Desejoso de a ter como a mais bela?

Vá! Como seu decote ao olhar apela...

Demasiada luxúria a um misantropo!

Promessa de prazeres, a beleza

Amesquinhada quanto mais vulgar,

Acerca o predador da sua presa.

Quem caça quem? Não tenho mais certeza...

O desejo e o álcool logo vão passar,

Deixando algum remorso no lugar.

Betim – 03 05 2001