O Homem de Marte

Eu não tenho por você nenhum amor.

Não devaneio em paixões loucas,

Nem falo de você por muitas bocas,

Não, o que tenho é deveras incolor.

O que sinto se difere dos humanos,

Mesmo eu sendo uma pobre criatura.

Vai além do que é são e da loucura,

É maior que o sábio em seus enganos.

Não vem dos mares e nem do meu peito,

Mas de uma certeza perpetuada,

Uma fé sólida, imaculada

Que faz-me além dos seres e do leito.

Menor que um deus, com muito mais a sentir,

Além dos céus, por você vou existir.