Ejaculação

De toda boca escapa às vezes, vã,

Sem precisão, sem precaução nenhuma,

Como da dor a ejaculada espuma,

Uma mentira - a comunhão pagã

Que rege o caos de muita mente sã.

E o coração, que é traiçoeiro em suma,

Frequentemente a ilusão costuma

Tornar do amor a simulada irmã.

E da lascívia escapa ainda um grito

Equivocado, prolongando o rito

Do embuste, cheio de tesão e horror.

Antes dissesse, mais ousada e louca,

Justificando a grã-volúpia, a boca:

Ejacular não é falar de amor.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 11/05/2015
Reeditado em 04/02/2020
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