samambaia sul 100/300

se esconde no albergue após trabalho árduo

olhos de coruja... mãos de cimento...

nunca o vi e sua história agora eu reinvento:

amor de Zirone, fã de Leonardo

devora o feijão de Ana no relento

naquela dispensa tem sempre um fardo

trouxe , pra ela, o arroz de casamento

muito bem embrulhado num papel pardo

baú lotado, escuto os pensamentos...

atrás de trampo o alvo aqui busca o dardo

tiro no escuro! de longe, um petardo!...

na mosca morta acerta o pagamento

“se a farinha é pouca, metade eu guardo”

diz à amada com ar de sabimento

novembro/2011