Nau sem rumo

Quem só valoriza o efêmero e passageiro,
Que em rastilho de pólvora se apaga,
Sabendo que o real e verdadeiro,
É o produto que nunca se estraga,

Vive como falso diamante,
Que ao brilho, falta-lhe fulgor,
Embora sendo reluzente e brilhante,
Não é uma pedra de valor...

O que ele diz, perde-se ao vento,
O que  ouve, não gera um intento,
Vaga, como as ondas do mar...

Mistura-se à multidão dos perdidos,
Guiando-se pela bússola dos sentidos,
Sem nunca saber onde chegar
.