ROSA NEGRA
Sua fragrância no jardim exalava.
A extinção assistia à sua agonia,
enquanto o medo surgia e a torturava.
Espécie singular, lânguida e vazia.
Murmúrios e lamentos silenciosos
causados por sentimentos ardilosos.
Parcialmente envolvida por espinhos,
sua seiva escorre seguindo caminhos…
Por seu cálice ao caule debilitado,
onde suas pétalas, já dilaceradas,
deixam fluir seu néctar contaminado.
A ruína em seu cerne fora fatal,
suas esperanças foram devastadas,
restando-lhe apenas o suspiro final.
in: Desígnios & Desejos, 2017.