Soneto à Eterna Mágoa
Soneto à Eterna Mágoa
Desesperançado, soluça lágrimas quentes
E por entre suas mãos o sangue gelado
Coagulando em seus membros dormentes
Olhando o além, perdido e desesperado
A mão que outrora afagava candidamente
Hoje cospe os vermes de sua podridão
Afaga a face gélida de súplicas aparente
Jazida com apunhalada em seu coração
Em tortas frases clama derradeira vitória
Eternas mágoas que corroem seu passado
Entorpecem sua alma, enegrece a memória
Preso em devaneios e loucas alucinações
Revive eterna queda e corpo desmembrado
A deliciar-se vendo a sublime erradicação
Eduardo Benetti