Adeus, ó musa!
Adeus, ó musa!
Disse o poeta à musa em tom queixoso:
-O tempo passa, amor, assaz ligeiro
e o mundo é encantador, é prazenteiro,
ao lado teu, o ar é mais gostoso!
O verso sai assim, belo, formoso,
e vem a inspiração o dia inteiro
falando de um amor bem verdadeiro,
capaz de extremos, puro, corajoso.
Mas é questão de tempo, acaba um dia.
O que fica, afinal? Só poesia,
mais uma história num caderno escrita.
Um dia vem o vento da desgraça,
a velha feia vem e entorna a taça,
e adeus, adeus ó musa favorita!
Gilson Faustino Maia