VELHO E SOZINHO

Lembro-me de quando moço ainda eu era,

Vivia correndo pelos campo a colher flores.

Pois sabia que havia a minha espera...

Dezenas, centenas, milhares de amores

Que, sorrindo, atiravam-se em meus braços,

Como se houvera sido por mim enfeitiçadas.

Algumas seguiam todos os meus passos,

Ah, com certeza aquelas mais enciumadas.

Eu, arrogante, me punha orgulhoso,

Assim como Narciso via-me formoso;

Portanto, recusava-me a dar carinho.

O tempo implacável passava eu nem notava

Que, uma por uma de mim se afastava:

Agora, eis-me aqui, velho, acabado e sozinho!

Roberto Jun
Enviado por Roberto Jun em 03/05/2015
Código do texto: T5229062
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.