"Dizer bobagens areja a alma." Mario Quintana
Bobageira
Há muito junto força e coragem
para compor um verso, sem censura,
capaz de dar um nome à mistura
de bosta, poesia e sacanagem.
Um verso que enseje uma mensagem
sem nexo, sem valor, sem poesia...
um versinho qualquer, sem serventia,
que o poeta dispensa da bagagem.
Há muito só escrevo coisa séria:
protestos contra a dor e a miséria,
que rondam este mundo desigual.
Um dia hei de expelir, com muita calma,
a merda que, do fundo de min’alma,
expurga os resíduos do mal.
Quem sabe venha a ser no carnaval,
quando deus e diabo batem palma!