Desespero
Desespero
(Soneto)
Não creio ter abandonado o fito,
Deixado na orfandade a embarcação;
Desonrado o contrato, a punição.
Não creio ter chamado tal conflito!
Estou a enlouquecer com devoção,
Sendo um bom cumpridor do enorme rito!
Não sei se isso fará de mim um mito,
Será esse o propósito… intenção?
Não creio merecer sentir desaire,
Ou sequer que a desordem em mim paire,
Depois de me prenderem, castigar!
Diz-me benevolente Deus tapado,
Planeador deste meu dorido fado:
Não posso ser feliz a realizar?
André Rodrigues 26/4/2015