CASTIGO
A serpe hostil que me atravessa a trilha
E seu olhar feroz, faminto lança
Os medos reprimidos logo alcança
Meu peito deles não se desvencilha
Minh'alma amargurada, maltrapilha
Perante a fera indócil não descansa
Tornou-se tempestade a brisa mansa
Enfim, sucumbo à pérfida armadilha
O sangue escorre triste e lentamente
Nas presas afiadas do inimigo
Que cada sonho sorve vorazmente
Procuro resistir e não consigo
Num brado lacrimoso digo: "em frente!
Se for este, consume-se o castigo!"