Morte discreta

Tomara a morte, que é do mundo o medo,

Aprenda a ser um pouco mais discreta.

E encerre em verso o lutuoso enredo,

Como se fosse um sonhador poeta.

Porque tememos não que venha cedo,

- que é sua hora sempre predileta -

Mas que nos rasgue da ponta de um dedo

Até o átomo que nos completa.

Como ela vem, e não há outro jeito,

Tememos mesmo é padecer no leito

De uma doença - sua irmã e sócia.

Quero que a morte não invente esforço.

Que pouse quieta sobre o nosso dorso,

Sem sacudir nossa estrutura óssea.

Joaquim Da Luz
Enviado por Alex Olliveira em 25/04/2015
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