AMÁLGAMA DE SONHOS!
AMÁLGAMA DE SONHOS!
Silva Filho
Fiz do soneto um extenso labirinto
De sonhos acuados – sem saída!
Brindando com o fel do absinto
Desejos que nos sonhos não têm vida!
Um pôr do sol banhado a vinho tinto
A tarde em solene despedida!
Mais uma noite de sonhos – eu pressinto,
Como se fosse o efeito da bebida!
Aos meus poemas estendo mil apelos!
Que se afastem de tantos pesadelos
Impedindo qualquer verso de sonhar!
Porque sonhando eu fico inconsequente
Escrevendo um verso recorrente
Que insiste procurando a quem amar!