Soneto do Inferno
No vosso ardor da orgia imoral e sangrenta,
Ó lar inda brutal, bastardo, ardente e extremo!
Que sempre é governado em grande Senhor Demo;
Como o desejo atroz contra o anjo que alimenta,
Eis o rio mortal da fome na pimenta!
Que eu olho a perversão do apetite e já gemo
Os anjos entre a dor extrema e o vil supremo;
Ó riso desgraçado e a morte violenta!
Vês um grande tormento ao açoitar o povo
Que os Demos do Satã pelas cordas tinidas
Açoitaram bastante... Ouves o grito novo.
Ei-los malignamente o horror do agravo morto
Em anjos da prisão e do sangue sem vidas,
Tantos ossos do fogo à ardência que eu me importo.
Lucas Munhoz
23/04/2015