NOITE ESCURA...

Um préstito de folhas ressequidas

Arrasta-se no chão do cemitério

Levadas pelo vento em tom funéreo

Quais fossem as muitas almas esquecidas...

A noite vem gemendo, ah noite escura!

Não traz consigo a Lua e já retumba

Trovões que até estremecem as catatumbas

Antigas, as mais antigas sepulturas!

Os raios logo caem com tantas luzes

Acendem sobre os mortos e suas cruzes

E outra vez trovões abalam forte...

As folhas se dispersam tristemente

Sopradas pelo vento que, dolente,

Alteia a sua voz chamando à morte!

Arão Filho

São José de Ribamar-MA, 22.04.2015