COLONIAL
COLONIAL
Abro a janela e acima dos telhados
Vejo às torres pináculos agudos.
Brancas, a igreja e as casas onde escudos
Vêm nos rememorar antepassados.
Corro os olhos por uns beirais ornados
Com quadros de madeira ora desnudos
Como se a apresentar, de alpendres mudos,
A aurora silenciosa a enamorados.
Se a vida for, de facto, um sopro apenas
-- Que em paixões e misérias tão pequenas
Passa como se não houvesse havido... --
Restem belos vestígios d’ela ao menos,
Tornando os lugares mais amenos
Como estas velhas vilas me têm sido
Bonfim - 20 04 2015