Descrição
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Agonizo, ainda fremindo, os últimos instantes.
Se um dia fui teu, hoje duvido,
mas persistem a dor e o gemido
de quando éramos insidiosos amantes.
Cada sussurro deixado, entre paredes,
ecoa ressonante ao fim da tarde.
A chama que criamos, ‘inda arde
na solidão da cama, do chão, da rede...
Se isso existe... Traí o loquaz traidor,
reinventando o pecado e a mentira.
Por isso o rancor, o seu ódio, a sua ira?
Não sou tão insensível: você se foi deixando dor.
Perdoar, não! Isso não existe!
Mas a dor, sim! Essa dói e persiste.
Fortaleza, 18 de novembro de 2004.
10h20min
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Do meu livro 'Anversos de um verdador'