Amor, também.
Por ser Amor, ser esta força bruta
o sal da terra ao custo do desterro
a solidão que encerra na lição do erro
Amor também, se o peito já não luta.
Também Amor, desejo que refuta
a voz da guerra sufocando o berro
a mão que emperra o gesto sob o ferro
o vácuo de um silêncio sem escuta.
E só o amor de um corpo no degredo
a pele guarda o germe nesta ausência,
pois tudo já fez parte deste enredo
no sentido insensato da dormência
- saudade um engano um tanto ledo -
Amor, também amor, em vã latência.