ENVELHECENDO
Fui criança na terra nordestina,
depois me vi jovem, sem peraltice,
e nem me dei por conta que a velhice
me aguardava, traiçoeira, na esquina!...
Fui criança, meu Deus, mas tão franzina
que meu pai receava que eu brincasse;
temendo que eu caísse, me quebrasse,
por causa de meus braços, pernas finas...
Mas com o tempo tudo isso mudaria:
fiz-me jovem e então veio a poesia
nortear minha paixão predileta...
As quarenta e três anos, vejo agora,
que a infância e a juventude foram embora...
e que a velhice já espera o poeta!...