ESCREVO NA NOITE
Me organizo na noite, a penumbra
Escrevendo meus versos sonolentos
Feitos de rimas que ora deslumbra
Minha consciência nua de tormentos.
Ando pelas vielas, sigo um reflexo
D'meu espelho que eu não queria ver,
Pois nele há sua sombra em anexo
Cicatrizada na melancolia de meu ser.
Assim rasgo estas vestes da razão!
Num teor sem sentido apenas cercado
De memórias, vultos d'meu passado.
Apavorado pela imagem da inspiração
Não enxergo nada além, só vontade
De ver a ficção tornar minha realidade.