SONÊTO CABÔCO: AMÔ CAIPIRA
Venturosa – PE, 20 de abril de 2015.
Tu vevi dizeno pur aí, meu amô, qui ama eu
Mais num qué andá cum eu assim na rua
Agarrada na minha mão i eu na tua
Qui nem os dois pombín, Julieta e Rumeu.
Si é verdade qui diz, pruquê despreza eu?
E num fala qui tás na minha e eu na tua?
Qui nóis samo semeiante o só e a lua
Qui imbeleza esse amô : o meu e o teu.
Meu sintimento é compreto sem mintira.
Sei que tu é letrada e eu sô caipira
É purisso que tu se inveigonha deu.
Mermo assim meu amô é verdadeiro.
Transparente i te ispera o tempu intêro
Mermo sabeno qui tu ele escarneceu.