Soneto do amigo distante
Amigo, tu moras longe,
defronte e detras dos montes,
que aos olhos teima e confundes
qual sol que cega ao nascer.
Eu juro, se tu soubesses
dos cacos que me vidraçam,
das pedras que se encouraçam
nos vãos que desisto em ter.
Caías dessa saudade
que empoça sem pouco alarde
meus sopros de não viver.
E vinhas em toda tarde
envolto numa paisagem
que ao vento mora o trazer.