Um ser vil

Hoje, aqui da minha janela

Vejo apenas o profundo breu

Dessa calmaria pós procela

Em mim, agora, não sou eu

Mas essa eterna inquietação

Que me aflige e movimenta

Que, as vezes, parece paixão

E noutras, a minha tormenta

De ver, lá fora, aquela triste lua

Que outrora fora dos amantes

Cobrindo de luz essa minha rua

Iluminando-a de promessas mil.

Já não é mais como fora dantes

De que vale o amor por ser vil?

Porto Velho, 18 de abril de 2015.