Somente eu

Eu sou o que não sei; um quê de qualquer gente

Beijada pelo sol, surrada pelo vento.

Eu sou quase um amor, mas sou paixão somente.

Eu sou mais que um querer e menos que um intento.

Talvez seja a verdade; e seja, de repente,

A força e o desejo, ou seja um fingimento.

Talvez seja a maçã na boca da serpente

Ou seja do prazer o mar e o estancamento.

Procuram me entender, assim suponho eu.

- Um néscio, um sem juízo, um velho filisteu,

Um desarrazoado, o filho da loucura.

Talvez, supondo assim que me investiga alguém,

Eu note de uma vez que não há mais ninguém,

E que somente eu sou quem me entender procura.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 17/04/2015
Reeditado em 12/12/2016
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