Vasculhando-me

E então me pego assim: a escarafunchar-me.

Sei que existe sempre alguma carta na manga.

Ainda que eu me conheça ando a melindrar-me.

Há tanto em mim e meu cerne se faz capanga.

Há um espaço reservado que em tudo abrange

Cabeça, tronco, membros que a você compete;

Dos eriçados fios de cabelo à pequena falange

Só eu aqui me entendo, mais ninguém se mete.

Eu e meus eus nos debatemos; difícil é o ajuste.

Pela lassidão, abatidos; ainda em discordância.

Todo esse agito feito com amor, a importância.

Vasculhando-me, não importa o quão me custe.

Reviro-me, no meu verso e avesso lhe enxergo.

Acoberto-me por inteira, e de você me envergo.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 16/04/2015
Código do texto: T5209630
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