Reflexões sobre a dor (IV)
Edir Pina de Barros
 
Como calar a dor da perda eterna
de alguém que foi o chão e o céu da vida?
A dor, que em nós dormita, recolhida,
e que no coração silente hiberna?
 
A dor maior, que sempre desgoverna
o pensamento e a alma, já ferida
e de esperança nua? É dura a lida
de recompor a paz e a luz interna...
 
E quando parte, rumo à eternidade,
também perdemos algo, que vai junto,
mas muito fica em forma de saudade.
 
O que perdi de mim? Do meu conjunto?
Não sei! Tamanha a dor, complexidade,
que perco a diretriz, se me pergunto.
 
Brasília, 16 de Abril de 2015.
Versos alados, pg. 25
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 16/04/2015
Reeditado em 10/08/2020
Código do texto: T5209457
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