SILÊNCIO CORRIQUEIRO!

SILÊNCIO CORRIQUEIRO!

Silva Filho

Versei para mim mesmo (na janela)

Ouvindo meu silêncio corriqueiro.

Palavras trafegando à luz de vela

Nas bordas de sutil despenhadeiro!

Penumbras lembram vida paralela

No verso sou apenas caminheiro.

As letras vêm a mim numa procela

Chegando como argila ao oleiro!

Ouvindo meu silêncio... todo dia

Encontro o porquê da Poesia

Em cada expressão que não tem voz!

O verso é a voz da singeleza

Que surge com poder de correnteza

E tem no coração a sua foz!