Quando eu voar ao céu

Quando eu voar ao céu, nos meus sonhos corteses,

quando me der licença o sóbrio realismo,

Navegaremos eu e o livre simbolismo

Unidos pelas mãos, dois gêmeos siameses.

Estando neste céu, aumentaremos meses:

Milhares de verões vivazes de lirismo.

E prismaremos sóis que há tempos eu não prismo,

Redecorando o amor alguns trilhões de vezes.

Da terra eu quero estar bem longe, a observar

O povo que caminha apenas num sentido,

Sem vírgulas nos pés e sem pluralidade.

Quem sabe encontre Deus a descansar por lá...

E, estúpido que sou, pergunte em Seu ouvido:

- Por que é que suportais ainda a humanidade?

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 13/04/2015
Reeditado em 22/01/2017
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