Quando eu voar ao céu
Quando eu voar ao céu, nos meus sonhos corteses,
quando me der licença o sóbrio realismo,
Navegaremos eu e o livre simbolismo
Unidos pelas mãos, dois gêmeos siameses.
Estando neste céu, aumentaremos meses:
Milhares de verões vivazes de lirismo.
E prismaremos sóis que há tempos eu não prismo,
Redecorando o amor alguns trilhões de vezes.
Da terra eu quero estar bem longe, a observar
O povo que caminha apenas num sentido,
Sem vírgulas nos pés e sem pluralidade.
Quem sabe encontre Deus a descansar por lá...
E, estúpido que sou, pergunte em Seu ouvido:
- Por que é que suportais ainda a humanidade?