COSTURA...
Costuro assaz meus dias com atavio,
Com linhas de horizontes, amanhãs,
Tecendo hora por hora cada fio
Buscando em meu cerzir uma vida sã...
Às vezes o arremate é imperfeito
A linha quebra ou a agulha fica torta
Mas nunca deixarei o coser desfeito
Remendo assim que posso a alma morta...
Tem dias que preciso refazer
Os pontos, um por um, se pretender,
Manter-me firme e vivo e sonhador!
Costuro a minha paz, minha quimera,
As vestes da minh’alma que te espera
Bordadas com as linhas deste amor!
Arão Filho
São Luís-MA, 13. Abril.2015