Acorda!

Acorda, vê as manhãs e ensaia algum sorriso,

deixa cair as mãos sobre o colo e me embala, amor.

Olha à janela as manhãs, seu orvalho de calor,

aliterações que são bem vindas cá em nosso paraíso.

Acorda, vê os meninos prenunciando tanta brincadeira e sol,

e relembra os fatos, as fotos, o que escondemos,

relembra do beijo e da tamanha inocência com que gememos,

relembra também que nossa redundância nos tornou tão sós.

Outras estradas nos deixaram tão distantes,

algum pó nos embaçou o amor pueril,

alguma estória nos tornou bem mais amantes.

Mas amantes de prazer e gritos, somente,

meio que perdidos em aparência e liturgia,

mas amantes, mas errantes... mais doentes.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 11/04/2015
Código do texto: T5203563
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