Não há de perdurar o gozo, riso
Não há de perdurar o gozo, riso
A vida não reserva outro fado
Do que lembrar o gozo do passado
A vida que se foi sem prévio aviso
Hás de recordar outros sorrisos
Em tempos prazerosos apaixonado
Não como no presente derrotado
Perdendo aos pouco o resto do juízo
E a vida é assim como um sonho
Que passa brevemente sem demora
Trazendo este presente tão medonho
Inevitavelmente a vida é assim
Essa breve alegria que hoje vigora
Já semeou na alma o derradeiro fim