Voz Emudecida
Voz Emudecida
(Soneto)
Adoro o êxtase vindo reluzente!
Maravilhosa bênção a mim dada.
Visão, capacidade omnipresente,
Que chega em hora incerta abrilhantada.
Adoro este eu de rosto inexistente!
Esta outra parte oculta, agigantada;
Que me dá a panaceia mentalmente,
Do sítio onde sou tudo e nunca nada!
Adoro ouvir a voz emudecida,
Dizendo-me o que sinto, apaziguando
As desditas que tenho em minha vida.
Ouve a tua também de vez em quando!
Para que assim te cures da ferida,
Mazela que te dói… te vai minando.
André Rodrigues 10/4/2015