Angelus Póstumus
Querem saber dos meus versos
Do meu sangue, e da temperatura
Do cheiro dos poros, do sexo
Dos olhos cansados em pupila escura
Querem o meu sambar e sonhar
Meus barcos, mares e cais
Minha terra, meu fogo, meu ar
E os dentes dos meu dragões digitais
Querem o meu pedaço da noite
O último gole, hálito e saliva
Querem da minha morte, a foice
O matraquear que esqueceu a notícia
E depois da sentença, o açoite
Eles querem a minha malícia