Coração aberto

Oh poeta insano, oh navegante sobre as brumas,

Por que não me dizia antes ser um mero vaga-lume,

Mas, triste, sofria dantes de um padecer na lama

De um lago pousado num luar de sol que some...

Porém a rajada da emoção coronária

Enfeitiça a noite qual estrela cadente,

Faço o meu pedido com o seio ardente

Por uma beldade que repele a falsária...

Qual desilusão poderia cingir-me o rosto

Com tal sofrimento que minhas pálpebras

Derramassem gotas de desprazer e desgosto...

O seio cândido e jovem disse à luz: "Se abra!"

Então, confortado, olhei e fiquei disposto:

Avistei a perfeição que um dia se abra...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 07/04/2015
Código do texto: T5198357
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