Coração aberto
Oh poeta insano, oh navegante sobre as brumas,
Por que não me dizia antes ser um mero vaga-lume,
Mas, triste, sofria dantes de um padecer na lama
De um lago pousado num luar de sol que some...
Porém a rajada da emoção coronária
Enfeitiça a noite qual estrela cadente,
Faço o meu pedido com o seio ardente
Por uma beldade que repele a falsária...
Qual desilusão poderia cingir-me o rosto
Com tal sofrimento que minhas pálpebras
Derramassem gotas de desprazer e desgosto...
O seio cândido e jovem disse à luz: "Se abra!"
Então, confortado, olhei e fiquei disposto:
Avistei a perfeição que um dia se abra...