Para que escrever?
Para que escrever? Se o fim é o caixão?
Em meio a rosas e ao lado ninguém,
Que possa proferir santa oração...
A guiar-me nas veredas do além!?
Para que escrever? Se o fim eu já sei?
Em súplica às respostas da existência;
Na morte já não sei mais quem serei...
Serei talvez vida em crente ciência!
Para que escrever? Se não levo nada?
Da vida a não ser vazias lembranças...
Mais doloridas do que abençoadas!?
Para que escrever? Se fraco é meu braço?
Que não consegue mimar as crianças...
Nem mesmo do amor ganhar terno abraço!?
Carmo de Oliveira