UM VERSO QUALQUER
Sou teia que tece o tecido da hora
Tecido de versos que relutam a rimar
A incongruência do todo do agora
Mas a flor que desnuda não se nega a brotar.
Do tempo que roda sou a corda que gira
Pelo andar da hora sou o atrito a freiar
Se opaco brilhante, opalita, ametista
Sou a pedra que busca um tesouro a rimar.
Nos versos das ruas sou o silêncio que grita
Assustada menina, sou criança...mulher
Da sensualidade sou a rima, a liga!
O amor que a debalde é um verso qualquer.
Se flor dum poema adubado de vida
Sempre a protagonista do jardim 'bem-me-quer".