O FIM
Quais são os sons que bailam no Universo
se tantos guardo a cada noite em claro?
Quais são as vozes com as quais converso
que me escarnecem no meu desamparo?
Se em cada verso mais eu me disperso...
Se toda noite mais eu me deparo
com meus silêncios, gritos ao inverso
no peito em rimas, ecos de disparos...
O que fazer se tudo soa morto?
Fantasmas gemem alto e só eu ouço...
E estrelas brilham tons de lábios mudos?
Chorar até que a dor se torne um porto!
Ser livre dentro dos meus calabouços...
Viver, posto que a vida é o fim de tudo!