A FERA E A BELA VIRGEM NUA!
Por ser cristã recusava-se a curvar se, altaneira,
Perante os ídolos pagãos de barro e de madeira,
Foi condenada em sentença, num édito contida,
Decretava que a virgem fosse ao martírio despida
E fosse lançada as feras, na arena, sem apelo;
Nua, encobria o seio com as mãos e os cabelos...
A fera rugia, e ela ao seio puxava o cabelo divino,
Enquanto o leão feroz,com seu instinto assassino,
Entreabria medonho a sua guela carniceira;
Deite-se leão- disse a cristã: calma e faceira,
Eis que na poeira, dócil e silencioso a fera se deita...
E ao pasmo olhar daquela gente , ao sangue afeita,
Esquece a longa fome horrível, que a extenua,
Para os olhos fechar diante da bela virgem nua!!!