Soneto da ilusão
Cortejo as linhas fúteis do teu corpo
Que outrora foram minhas por direito
Fuligens de um orvalho tortuoso
Migalhas desse amor que tens no peito.
Servi-me das descrenças que são tuas
Fui frio entre sóis de primavera
Deixei minhas verdades todas nuas
Tombei-me ante a dor que degenera.
E hoje lembro inócuo e reticente
O dia em que jurei não mais querer-te
O dia em que entreguei-me à solidão.
Não pude te esquecer eternamente
Por mais que eu jurei nao pertencer-te
O fiz sem perguntar meu coração.