_____ Portais impávidos _____

Embora eu ouça a voz no pensamento esquálido,

Tão mórbida e tão cruel — plena de dissabores...

De afetos invertidos à imensidão de horrores,

Nas flores negras mil... Desses portais impávidos!

Jamais engendrarei aqueles versos pálidos,

Que outrora imaginei, nu’a mor caverna escura,

Por ter desvencilhado a sombra e a desventura...

Em meus cantos de amor indubitáveis, cálidos!

E posso assim bradar: que a adoro loucamente!...

Como jamais amei uma Musa no Universo...

Nem mesmo a deslumbrar outra princesa ardente!

Desejo que noss’alma engendre outro extroverso...

Que o Diabo se inspirou — na angústia, em nossa mente...

Que Deus num Empíreo exorte — importe os mores versos!

Pacco

Pacco
Enviado por Pacco em 01/04/2015
Reeditado em 11/04/2015
Código do texto: T5191838
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