Sumidouro

Aprendi a desfazer a poesia,

Juntar os cacos dos versos insanos,

Conjugar aqueles verbos profanos.

Conheci da noite o mais turvo dia.

Desfaço estes passos muito pequenos,

Que iam de encontro, sem mesmo saber,

À luta que existe entre o eu e o ser,

Passando por lutas nada amenas.

E desconstruo este texto simplório,

Palavra por letra, uma a uma,

Esperando que a rima logo suma

E torne um nada satisfatório.

Porque cada letra é mais que um todo,

Avessa em texto de água e lodo.