MINHA JUVENÍLIA
Adentrei na faustosa residência
E deparei-me em frente da mobília:
Um escrínio talhado em complacência
Companheiro da minha juvenília.
A poeira habita mais de anos
O balcão das escritas puerícias
Confidente dos versos que insanos
Açulavam em mim falsas felícias.
Flanqueei a antiga escrivania,
Sobre o pó desenhei minha grafia
E não revi minha obra, já completa.
Bato a porta e concluo: quão perverso
É o berço, o torrão que aborta o verso
E dá vida ao silêncio de um poeta.
Alderi Jr