MINHA JUVENÍLIA

Adentrei na faustosa residência

E deparei-me em frente da mobília:

Um escrínio talhado em complacência

Companheiro da minha juvenília.

A poeira habita mais de anos

O balcão das escritas puerícias

Confidente dos versos que insanos

Açulavam em mim falsas felícias.

Flanqueei a antiga escrivania,

Sobre o pó desenhei minha grafia

E não revi minha obra, já completa.

Bato a porta e concluo: quão perverso

É o berço, o torrão que aborta o verso

E dá vida ao silêncio de um poeta.

Alderi Jr

Alderi Júnior
Enviado por Alderi Júnior em 31/03/2015
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