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OUTONO
Odir Milanez
 
 
Da minha vida amargo o abandono,
às cigarras ouvindo os descompassos.
A viver os instantes de meu sono,
vêem vultos verbais meus olhos baços.
 
Eu já não me pertenço e nem me abono.
Abraços já não beijo. Estou sem braços.
Despedido de mim, dou-me sem dono
 e me farto das falhas e  fracassos...
 
A cruz me pesa, pesam-me os cansaços,
pesa-me ao verso a dor que adiciono
e que deixa os meus versos em pedaços!
 
Em ser feliz não mais ambiciono.
Das felícias rompi todos os laços
para assumir-me um ser somente outono...
 
 
JPessoa/PB
31.03.2015
oklima
 
 
Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e versa versos de amor...
 

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oklima
Enviado por oklima em 31/03/2015
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