Esclerose
Esclerose.
Onde é que foi parar a minha lança?
...estava bem aqui, faz um instante...
Cavalariço! Traga o Rocinante!
Não vou mais esperar o Sancho pança!
– Pobrezinho! Parece uma criança!
Sempre no “mundo da lua”, e a cada instante,
ora indiferente; ora delirante,...
Coitado dele! Não tem esperança!
– ( fingindo nem ouvir o comentário,)
E, diante dum espelho imaginário,
Suplica: – por favor, espelho meu...
Quem é esse sujeito envelhecido,
Que teima, em vossa face, refletido?...
...pois ele; certamente não sou eu!