Esclerose

Esclerose.

Onde é que foi parar a minha lança?

...estava bem aqui, faz um instante...

Cavalariço! Traga o Rocinante!

Não vou mais esperar o Sancho pança!

– Pobrezinho! Parece uma criança!

Sempre no “mundo da lua”, e a cada instante,

ora indiferente; ora delirante,...

Coitado dele! Não tem esperança!

– ( fingindo nem ouvir o comentário,)

E, diante dum espelho imaginário,

Suplica: – por favor, espelho meu...

Quem é esse sujeito envelhecido,

Que teima, em vossa face, refletido?...

...pois ele; certamente não sou eu!

HDel
Enviado por HDel em 31/03/2015
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